Piero Cipollone, membro do Comité Executivo do Banco Central Europeu, deixou um sinal claro na Bloomberg Future of Finance este terça-feira — não vale a pena apressar: o euro digital só deverá ser lançado, na melhor das hipóteses, em meados de 2029.
Esta não é a primeira vez que o BCE adia o projeto. Quando foi lançado em 2020, o objetivo europeu era claro: liderar a corrida das CBDC e responder à ascensão das stablecoins nos EUA. Mas agora, o caminho parece ainda mais longo.
Onde está o principal obstáculo?
Cipollone não esconde: a aprovação do Parlamento Europeu é o maior entrave.
O calendário é o seguinte:
Até ao final do ano: os Estados-membros da UE têm de chegar a uma posição comum
Maio de 2026: o Parlamento Europeu emite o parecer formal
Depois disso, há ainda um ciclo de debate de 6 semanas + 5 meses
Meados de 2029: se tudo correr bem, poderá então arrancar oficialmente
Ou seja, só o processo político vai demorar mais de 3 anos.
A via técnica continua em discussão
Mais interessante ainda, a solução tecnológica nem sequer está fechada. Os responsáveis ponderam atualmente dois caminhos:
Opção A: construir sobre o livro-razão privado do BCE (plano original)
Opção B: usar diretamente uma blockchain pública como Ethereum ou Solana (ideia nova)
Os apoiantes dizem que as blockchains públicas aumentam a adoção e reduzem custos; os críticos alertam para problemas de privacidade. O debate está longe de terminado.
O que isto significa para o mercado cripto?
A verdade é que o lançamento do euro digital, por si só, não terá um impacto direto muito relevante no ecossistema cripto. Mas revela uma tendência: as finanças tradicionais avançam devagar.
Em contraste, projetos DeFi e de blockchain iteram ao ritmo de meses, enquanto uma CBDC a nível de banco central precisa de quase 10 anos do arranque à implementação. Esta diferença fala por si.
No curto prazo, o impacto desta notícia no mercado é limitado. A longo prazo, se a Europa lançar mesmo o euro digital, poderá reforçar o reconhecimento institucional dos ativos digitais — mas só lá para depois de 2030.
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Euro digital só em 2029? Funcionário do BCE: ainda há estes obstáculos a ultrapassar
Piero Cipollone, membro do Comité Executivo do Banco Central Europeu, deixou um sinal claro na Bloomberg Future of Finance este terça-feira — não vale a pena apressar: o euro digital só deverá ser lançado, na melhor das hipóteses, em meados de 2029.
Esta não é a primeira vez que o BCE adia o projeto. Quando foi lançado em 2020, o objetivo europeu era claro: liderar a corrida das CBDC e responder à ascensão das stablecoins nos EUA. Mas agora, o caminho parece ainda mais longo.
Onde está o principal obstáculo?
Cipollone não esconde: a aprovação do Parlamento Europeu é o maior entrave.
O calendário é o seguinte:
Ou seja, só o processo político vai demorar mais de 3 anos.
A via técnica continua em discussão
Mais interessante ainda, a solução tecnológica nem sequer está fechada. Os responsáveis ponderam atualmente dois caminhos:
Opção A: construir sobre o livro-razão privado do BCE (plano original) Opção B: usar diretamente uma blockchain pública como Ethereum ou Solana (ideia nova)
Os apoiantes dizem que as blockchains públicas aumentam a adoção e reduzem custos; os críticos alertam para problemas de privacidade. O debate está longe de terminado.
O que isto significa para o mercado cripto?
A verdade é que o lançamento do euro digital, por si só, não terá um impacto direto muito relevante no ecossistema cripto. Mas revela uma tendência: as finanças tradicionais avançam devagar.
Em contraste, projetos DeFi e de blockchain iteram ao ritmo de meses, enquanto uma CBDC a nível de banco central precisa de quase 10 anos do arranque à implementação. Esta diferença fala por si.
No curto prazo, o impacto desta notícia no mercado é limitado. A longo prazo, se a Europa lançar mesmo o euro digital, poderá reforçar o reconhecimento institucional dos ativos digitais — mas só lá para depois de 2030.