No dia 22 de novembro, o Bitcoin sofreu uma série de vendas consecutivas após atingir um novo máximo histórico a 7 de outubro, registando uma queda máxima superior a 35% em 46 dias. Ontem, esteve prestes a perder o patamar dos 80.000 dólares, arrastando todo o mercado de criptomoedas para vários dias de quedas sucessivas, com perda de capital, tendo agora recuperado ligeiramente para perto dos 85.000 dólares.

Recentemente, o risco de queda nos mercados financeiros globais aumentou, com a "bolha da IA" a dominar as subidas e descidas das ações nos EUA. O encerramento recorde do governo norte-americano levou ao adiamento da publicação de vários dados macroeconómicos importantes, a liquidez caiu abruptamente e a probabilidade de um corte nas taxas de juro em dezembro sofreu grandes oscilações. Eis um resumo dos fatores negativos:

· O mercado questiona se a Nvidia conseguirá recuperar as elevadas contas a receber, com uma taxa de conversão de caixa inferior à dos concorrentes. Ao mesmo tempo, várias empresas de IA estão a reutilizar fundos, com algumas transações a serem contabilizadas repetidamente como receitas. Várias instituições de investimento venderam ações da Nvidia, com a "bolha da IA" a pressionar as bolsas norte-americanas durante um longo período, levando o mercado global a cair. Ontem à noite, membros da Reserva Federal dos EUA mostraram-se otimistas em relação à IA e o CEO da Nvidia veio esclarecer as preocupações sobre a bolha, o que levou a uma recuperação das bolsas americanas;

· O IBIT da BlackRock registou, no dia 19 deste mês, uma saída recorde de 523 milhões de dólares num só dia, com uma saída líquida total superior a 2,5 mil milhões de dólares este mês, atingindo o maior valor de sempre de perda de capital em dias de negociação consecutivos. Segundo a análise, a principal pressão vendedora no mercado de cripto provém dos investidores de retalho norte-americanos a venderem ETFs de Bitcoin e Ethereum à vista, tendo os utilizadores nativos de cripto sido gravemente afetados;

· O governo dos EUA acabou de sair de um encerramento recorde de 43 dias, durante o qual vários dados económicos e de emprego importantes deixaram de ser publicados. Em setembro, o emprego não agrícola aumentou inesperadamente em 119.000 postos de trabalho, e a ala "hawkish" da Reserva Federal manteve preocupações persistentes com a inflação, levando a grandes oscilações na probabilidade de cortes nas taxas de juro em dezembro: no último mês, a probabilidade de um corte de 25 pontos base chegou a atingir 70%, recuando depois para 30%, com os traders a apostarem que não haveria corte em dezembro. Já esta madrugada, vários membros da Reserva Federal adotaram um tom mais "dovish", aumentando a probabilidade de corte para 71,3% (25 BP), com as apostas num corte nas taxas a voltarem a aquecer.