Bloomberg: A queda do bitcoin de 30% criou uma «brecha fiscal» única para investidores nos EUA
A queda de 30% no preço do bitcoin em relação ao seu máximo histórico criou condições ideais para o chamado «colheita de perdas fiscais». Segundo a Bloomberg, investidores americanos estão a usar em massa a queda da criptomoeda para legalmente reduzir os impostos sobre os lucros excessivos do mercado de ações. O paradoxo do mercado A situação no final de 2025 é única:
Mercado de ações: O índice S&P 500 cresceu cerca de 18% desde o início do ano. Criptomoeda: O Bitcoin, apesar dos recordes de outono, mostra uma queda de 5% (e de 30% do pico) ao final do ano. Essa discrepância dá aos investidores um incentivo claro: vender posições com prejuízo em criptomoedas até 31 de dezembro para compensar obrigações fiscais decorrentes do sucesso das ações.
Em que consiste o «truque» Nos EUA, aplica-se a regra da «venda fictícia», que impede os investidores de reivindicar um desconto fiscal se venderem um valor mobiliário com prejuízo e comprarem o mesmo (ou idêntico) dentro de 30 dias.
No entanto, como explica a Bloomberg, essa regra não se aplica ao bitcoin. A Receita Federal dos EUA (IRS) classifica a criptomoeda como propriedade, e não como valores mobiliários.
Como funciona na prática:
O investidor vende bitcoin, realizando uma perda. Essa perda «dólar por dólar» deduz o imposto sobre os lucros de ações. O investidor imediatamente (na mesma sessão de negociação) recompra o bitcoin, restabelecendo seu portfólio. «Você pode vender esse bitcoin, comprá-lo no mesmo dia, e isso não levará a quaisquer restrições», explica Robert Persichetti, contador certificado.
Por que todos estão fazendo isso agora? O professor de finanças da Universidade de Cornell, Will Kong, observa que a ausência de um período de espera de 30 dias leva à concentração dessas operações justamente nos últimos dias do ano.
«A ausência de restrições à venda fictícia facilita a execução instantânea da operação “venda e recompra”, portanto a atividade se concentra nas datas mais importantes para os impostos», diz Kong.
Consultores financeiros também observam que, este ano, os clientes agem de forma mais consciente. Tom Geoghegan, da Beacon Hill Private Wealth, destaca que «colher perdas» em criptomoedas deixou de ser uma tática separada e passou a fazer parte de uma estratégia fiscal geral, num ano forte para as ações.
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Bloomberg: A queda do bitcoin de 30% criou uma «brecha fiscal» única para investidores nos EUA
A queda de 30% no preço do bitcoin em relação ao seu máximo histórico criou condições ideais para o chamado «colheita de perdas fiscais». Segundo a Bloomberg, investidores americanos estão a usar em massa a queda da criptomoeda para legalmente reduzir os impostos sobre os lucros excessivos do mercado de ações.
O paradoxo do mercado
A situação no final de 2025 é única:
Mercado de ações: O índice S&P 500 cresceu cerca de 18% desde o início do ano.
Criptomoeda: O Bitcoin, apesar dos recordes de outono, mostra uma queda de 5% (e de 30% do pico) ao final do ano.
Essa discrepância dá aos investidores um incentivo claro: vender posições com prejuízo em criptomoedas até 31 de dezembro para compensar obrigações fiscais decorrentes do sucesso das ações.
Em que consiste o «truque»
Nos EUA, aplica-se a regra da «venda fictícia», que impede os investidores de reivindicar um desconto fiscal se venderem um valor mobiliário com prejuízo e comprarem o mesmo (ou idêntico) dentro de 30 dias.
No entanto, como explica a Bloomberg, essa regra não se aplica ao bitcoin. A Receita Federal dos EUA (IRS) classifica a criptomoeda como propriedade, e não como valores mobiliários.
Como funciona na prática:
O investidor vende bitcoin, realizando uma perda.
Essa perda «dólar por dólar» deduz o imposto sobre os lucros de ações.
O investidor imediatamente (na mesma sessão de negociação) recompra o bitcoin, restabelecendo seu portfólio.
«Você pode vender esse bitcoin, comprá-lo no mesmo dia, e isso não levará a quaisquer restrições», explica Robert Persichetti, contador certificado.
Por que todos estão fazendo isso agora?
O professor de finanças da Universidade de Cornell, Will Kong, observa que a ausência de um período de espera de 30 dias leva à concentração dessas operações justamente nos últimos dias do ano.
«A ausência de restrições à venda fictícia facilita a execução instantânea da operação “venda e recompra”, portanto a atividade se concentra nas datas mais importantes para os impostos», diz Kong.
Consultores financeiros também observam que, este ano, os clientes agem de forma mais consciente. Tom Geoghegan, da Beacon Hill Private Wealth, destaca que «colher perdas» em criptomoedas deixou de ser uma tática separada e passou a fazer parte de uma estratégia fiscal geral, num ano forte para as ações.